quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Grupo solicita mais políticas públicas de prevenção

Em Pernambuco, segundo dados recentes da Secretaria Estadual de Saúde (SES), 17.459 pessoas convivem com a Aids. Desse total, 11.219 são homens e outras 5.736, mulheres. Somente no Recife, 7.244 pessoas são soropositivas. Mas para conter a proliferação da doença, bem como fornecer melhores condições de tratamento para os pacientes, ontem, representantes da organização Articulação Aids Pernambuco e outras instituições sociais se reuniram com o vereador do Recife, Jurandir Liberal, para discutir mais políticas públicas de prevenção e assistência aos portadores.

A audiência pública serviu para que os representantes dos movimentos sociais pedissem ao parlamentar um maior empenho dos parlamentares no sentido de se criar uma frente para o Enfrentamento da Aids e das doenças oportunistas (tuberculose, diabetes, hepatite) no município. “Estamos entregando uma documentação com nossas reivindicações que passam por questões de prevenção e assistência pública. Solicitando essa frente parlamentar para elaborar um plano de enfrentamento da epidemia”, explicou Beth Amorim, uma das coordenadoras do movimento.

Atualmente, de acordo com Beth Amorim, os pacientes soropositivos sofrem com a falta de medicamentos para conter as doenças oportunistas, não dispõem de leitos apropriados e não contam com profissionais qualificados para melhor atender. “Em nossa avaliação houve avanços nas políticas públicas de enfrentamento da doença, mas os municípios ainda estão muito distantes das pessoas que convivem com a Aids. Além disso, a situação não é só uma questão de saúde, mas envolve políticas públicas de moradia, geração de renda. Têm soropositivos, por exemplo, que precisam buscar medicamentos, mas não tem dinheiro para pegar um ônibus. Quando não é isso, faltam medicamentos”, ressaltou. 

Entre os pacientes com dificuldade relatada por Beth está a aposentada Wandilza de França, 53. Ela adquiriu o vírus há 16 anos. Naquela época, o problema era a falta de conhecimento. Hoje, a carência maior é na distribuição dos medicamentos e preservativos bem como a capacitação dos profissionais. “Temos problemas com a falta das medicações, não contamos com uma rede de atendimento qualificada, pois ainda tem profissionais que não sabem lidar com a gente, e não temos a distribuição das camisinhas para as mulheres o que daria mais segurança para elas. Ou seja, ela teria a opção de usar a camisinha se o parceiro não quisesse utilizar o dele”, disse Wandilza
Diante do problema, o vereador Jurandir Liberal informou que hoje será realizado um pronunciamento no plenário para convocar os demais vereadores a abraçarem a causa. Após o pronunciamento será feito um requerimento com o nome dos parlamentares interessados em criar a frente.


Extraído da Folha de Pernambuco, no dia 4 de dezembro de 2012.

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