terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Um recado direto para o prefeito


Mesmo na base governista, Jurandir Liberal (PT) deu sinais de que poderá haver discordâncias

ANA LUIZA MACHADO
anamachado.pe@dabr.com.br
Publicação: 05/02/2013 03:00

O pronunciamento do ex-presidente da Câmara do Recife Jurandir Liberal (PT), na primeira reunião plenária do ano na Câmara do Recife, ontem, foi mais do que uma “sugestão” ao novo governo municipal sobre a necessidade de rever a Lei de Uso e Ocupação do Solo, e não o Plano Diretor com urgência. Integrante da bancada do PT, que após as eleições pendeu para a independência, mas depois aderiu ao governismo, Liberal deu sinais de que não sofrerá da “síndrome da lagartixa”, concordando com tudo o que virá do Executivo, e fará suas considerações.

Da tribuna, ele releu o trecho da mensagem proferida pelo prefeito Geraldo Julio (PSB) na última sexta-feira, na solenidade de abertura dos trabalhos legislativos, que informa que o Plano de Mobilidade Urbana, o Plano Diretor e a Lei de Uso e Ocupação do Solo serão revistos. “Não vejo necessidade de rever agora o Plano Diretor. Fizemos a revisão, fui relator, inclusive, em 2008. Já a lei de Uso e Ocupação do Solo, além de estar desatualizada, é um complemento importante para o Plano de Mobilidade que chegou com muito atraso nesta Casa”, disse. 

Para justificar sua opinião, referiu-se às recentes interdições nas casas noturnas do Recife, que, segundo ele, foram feitas com base em uma legislação desatualizada. Ele também defendeu que para se revisar o Plano Diretor é preciso o período de três a quatro anos. “O prefeito sairá e não será concluído. Por isso, tomo a liberdade de fazer essa recomendação”, discursou, pedindo a atenção do líder do governo Gilberto Alves (PTN).

 Deve-se levar em consideração que uma mudança do Plano Diretor pela nova gestão, apesar de não ter sido externada pelo vereador, pode ser uma preocupação em apagar o que foi elaborado e construído nesses 12 anos do governo petista no Recife. Por outro lado, para o secretário de Desenvolvimento e Planejamento Urbano, Antônio Alexandre, não é possível nem viável deixar de rever de forma conjunta esses três eixos da cidade. 

“Muito tem se discutido sobre mobilidade, como recuperar a relação do recifense com o meio ambiente, e de que forma o Recife está crescendo. São sistemas integrados e interligados. É preciso que as legislações estejam norteadas pela visão estratégica que queremos dar a cidade, e é o poder público que deve coordenar esse processo”, explicou o secretário. As alterações na lei e nos dois planos citados passarão obrigatoriamente pela Câmara e certamente novas discussões surgirão.

(Fonte: Diario de Pernambuco)




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