quinta-feira, 3 de maio de 2012

Uso de bicicleta como transporte é debatido na Câmara

Por Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal do Recife

http://www.recife.pe.leg.br/noticias/uso-de-bicicleta-como-transporte-e-debatido-na-camara/

 

Para discutir as alternativas que possam articular a bicicleta dentro do sistema público de transporte, a Comissão de Mobilidade e Acessibilidade da Câmara Municipal do Recife realizou audiência pública na manhã desta quinta-feira, 3. Foi a quinta, de uma série de sete reuniões, que a comissão vem realizando antes da elaboração do relatório para o projeto de lei que cria o Plano de Mobilidade do Recife. “Não se trata de um plano do Poder Executivo, nem do Legislativo, mas da cidade do Recife. É por isso que estamos realizando todas as semanas uma audiência com os mais diversos segmentos. Queremos ouvir o povo e os especialistas, com o objetivo de enriquecermos o que está sendo debatido nesta casa’, afirmou o vereador Gilberto Alves (PTN), presidente da comissão.
A audiência pública foi para debater exclusivamente o uso da biclicleta como transporte e a criação de um sistema cicloviário na cidade do Recife. Usuários de bicicleta e um grupo que realizada bicicletadas sempre nas últimas sextas-feiras do mês compareceram ao plenarinho, onde ocorreram os debates. Os vereadores Jurandir Liberal (PT), presidente da Câmara Municipal; Alexandre Lacerda (PRTB), Josenildo Sinésio (PT) e Romildo Gomes (PSD) também estiveram presentes. Fizeram parte da mesa de debates o presidente do Instituto Pelópidas Silveira, Milton Botler; o coordenador do Programa Ciclovias nas Cidades, da Secretaria Estadual das Cidades, Marcelo Bione e o arquiteto César Barros, autor do Projeto Biciclofrescas, que propõe um compartilhamento das vias.
Coordenador do Plano de Mobilidade, que está tramitando na Câmara Municipal do Recife, Milton Botler foi o primeio a falar. Ele afirmou que a rede de ciclovias existente na cidade tem apenas 20 quilômetros e que o plano identifica a necessidade de instalar essas redes nos cursos d’água, à margem dos rios. “Eles seriam os corredores ecológicos urbanos, que acrescentariam 74 quilômetros de ciclovias à cidade”, disse. As ciclovias também estão previstas nos corredores de ônibus do Recife (mais 120 quilômetros), em ciclofaixas (outros 156 quilômetros) e nas ciclo-rotas (74 quilômetros na segunda perimetral). A rede completa totalizaria 424 quilômetros.
O arquiteto Marcelo Bione apresentou o Programa Ciclovias nas Cidades, da Secretaria Estadual das Cidades. “É um programa estadual de incentivo ao uso da bicicleta. Ele existe desde 2010 e as ações serão implementadas junto às prefeituras da Região Metropolitana. Ele será implantado nos corredores Norte-Sul, Leste-Oeste, na BR-101, Vila Naval e no ramal da Copa”, garantiu. O programa contempla a implantação de 105 quilômetros de ciclovias (vias para bicicletas, separadas do fluxo de carro) e bicicletários (estacionamentos de bicicletas) nos 25 terminais integrados de passageiros da Região Metropolitana. O ramal da Copa, entre Recife e São Loirenço da Mata, está sendo construído com este planejamento.
Em seguida, falou o arquiteto César Barros. Ele apresentou o Projeto Ciclofrescas, de sua autoria, que se propõe a redimensionar as vias existentes, implantação de ciclovias em todas as vias da Região Metropolitana do Recife, com sinalizações (placas e pinturas no chão) e plantio de árvores. “Serão 107 quilômetros de ciclovias, nos principais corredores, interligando Olinda, Paulista, Abreu e Lima, Camaragibe, São Lourenço da Mata, Jaboatão dos Guararapes e Recife. No Recife, ficaria conectado ao centro expandido”, esclareceu. Segundo ele, o projeto é de baixo custo e de implantação imediata. Ao contrário dos técnicos dos órgãos oficiais, César Barros não faz a distinção entre ciclofaixas (faixas exclusivas para bicicletas, ao lado da dos carros) e ciclovias (faixas separadas da dos carros). Todas, para ele, são ciclovias e as bicicletas necessariamente teriam que compartilhar as faixas com os carros.
O presidente da Câmara Municipal do Recife, Jurandir Liberal, lembrou a lei número 17.694/2011, que dispõe sobre a criação do Sistema Cicloviário no Município do Recife. O sistema, segundo a lei, será formado por rede viária para o transporte de bicicletas, integrada por ciclovias, ciclofaixas, faixas compartilhadas, rotas operacionais de ciclismo e locais específicos para estacionamento (bicicletários e paraciclos). “Serão 420 quilôemtros de vias, com ciclofaixas e ciclovias. Mas, a implementação depende do Poder Executivo. É preciso que se faça valer a legislação em vigor”, afirmou o vereador.
O vereador Alexandre Lacerda, que usa bicicleta e foi coautor da lei 17.694/2011, lamentou a situação das ciclovias do Recife. “O que existe é pouco e ainda está muito maltratada”, denunciou. Segundo ele, o uso da bicicleta significa uma quebra de paradigma, pois a população recifense tem a cultura do uso do carro próprio. “Uma política pública eficiente iria estabelecer vias exclusivas para bicicletas, protegidas dos automóveis”, afirmou. Outro item, em seu entender, seria o fortalecimento do transporte público, desestimulando o uso dos carros. “Os ônibus teriam que ser fiscalizados, para oferecer mais segurança e conforto”, afirmou.

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