quarta-feira, 11 de maio de 2011

Jurandir na Imprensa!

Por Diario de Pernambuco
Em 07/05/2011


Cheia de controvérsias e de pouco consenso, proposta desperta insegurança entre os parlamentares

A falta de consenso no debate da reforma política chegou à Câmara de Vereadores do Recife, ontem, mostrou como será difícil aprovar as mudanças no sistema eleitoral até o 5 de outubro, prazo máximo para que possam valer já em 2012. A polêmica é tanta que, após o assunto ser discutido entre os parlamentares numa reunião realizada pela manhã, o deputado federal Augusto Coutinho (DEM) decidiu sugerir que as alterações só entrem em vigor a partir de 2014. Para ele, discutir modificações às vésperas de uma eleição mexe com interesses pessoais e dificulta que se pense “no melhor para o Brasil”.

Por problemas de saúde, Coutinho não pôde participar do encontro na Câmara, que se realizou no “buraco frio” (sala restrita aos parlamentares), com a presença de mais de 20 vereadores, além dos deputados federais Carlos Eduardo Cadoca (PSC) e João Paulo (PT). Mas ele conversou antecipadamente com algumas lideranças e, pelo “andar da carruagem”, frisou ser impossível promover uma reforma que fortaleça os partidos no calor da emoção.

Segundo Coutinho, por exemplo, o “voto distritão” é o mais defendido entre os vereadores, enquanto a maioria dos deputados prefere a “lista fechada”. Nesse caso, o “distritão” beneficiaria os vereadores mais votados, independente de partidos e coligações, enquanto o “fechado” fortaleceria as legendas e seus respectivos caciques.

“Quando se discute a reforma,  discutem-se interesses pessoais. O parlamentar pensa especificamente na situação dele e isso torna tudo muito difícil. Então, vou sugerir que a reforma passe a valer a partir de 2014, para que as pessoas envolvidas se esqueçam de suas questões”, declarou Coutinho, integrante da comissão que discute a reforma em Brasília, ao lado de Cadoca e João Paulo.

O presidente da Câmara do Recife, Jurandir Liberal (PT), frisou que “não há consenso em nenhum ponto” da reforma, apesar de a conversa com Cadoca e João Paulo ter sido positiva. Segundo Jurandir, ainda não há consenso nem mesmo nos dois principais pontos discutidos pela Câmara Federal: financiamento público e modelo de escolha de representantes do parlamento.

“Todos acham que as mudanças precisam ser feitas desde que (os deputados) não queiram fazer os vereadores de cobaias”, declarou o petista. De acordo com Cadoca, a reunião com os vereadores durou cerca de três horas e serviu para colher sugestões e conhecer as principais demandas dos parlamentares. Ele deu a entender, no entanto, que a reforma não será totalmente votada antes de outubro. “Vamos levar um tempo para se ter algo concreto, mas apresentamos as propostas que estão sendo debatidas em Brasília, as virtudes e defeitos de cada uma. É possível haver uma mudança até setembro, agora é difícil dizer qual delas vai prevalecer”, destacou.

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