quarta-feira, 11 de maio de 2011

Jurandir na Imprensa!

Por Diario de Pernambuco
Em 08/05/2011


ANA LUIZA MACHADO

Vereadores da base aliada do prefeito João da Costa engrossam as fileiras da oposição na Câmara do Recife

Oficialmente eles integram a bancada governista, no entanto, com frequência, se posicionam na Câmara Municipal do Recife como vereadores independentes. Seja de forma declarada ou não. O fato de não “votarem fechado”, obedecendo cegamente às orientações de seus líderes, além de adotarem uma postura crítica em assuntos delicados à gestão, os fazem serem chamados, por alguns, de “rebeldes”, “não confiáveis” e responsáveis pelo “fogo amigo”.

A tucana Aline Mariano, na última quarta-feira, disse, no plenário, não saber identificar a maior bancada, se a da oposição, composta por oito vereadores, ou a dos dissidentes do governo. O rótulo de rebelde, no entanto, não é aceito por eles, que declaram ser independentes e “comprometidos com a sociedade que os elegeu”. Sérgio Magalhães (PTC) é um deles. As críticas que faz, segundo ele, são reflexo das reclamações da população. “É meu estilo. Sempre vou falar quando acho que devo me posicionar diante dos problemas da cidade, como tenho falado sobre o caos no trânsito”, disse.

Na mesma linha pensa outro Magalhães. O petista Múcio. Aliado do ex-prefeito e deputado federal João Paulo (PT), desafeto de João da Costa, Múcio tem votado com o governo, mas não deixa de fazer suas “observações” na tribuna. “Todas as críticas que fiz foram para contribuir com o governo. O cenário da Câmara hoje, com vereadores se posicionando de forma independente, não é diferente do que vivenciei quando era secretário de Governo na gestão João Paulo. Considero natural e próprio da independência do Poder Legislativo.”

O vereador Alexandre Lacerda (PTC) justifica a sua independência pela origem do seu mandato. Segundo ele, quando se candidatou, “não teve ajuda do prefeito e nem do PT e se elegeu por conta própria”. Há duas semanas, foi recebido por João da Costa e as críticas à gestão deram lugar à defesa, chegando até ir a tribuna parabenizar as ações da prefeitura. Lacerda explicou: “meu voto é do Recife. Não faço nem situação nem oposição sistemática.”

Barulho

O presidente da Comissão de Finanças, Carlos Gueiros (PTB), segundo alguns vereadores em reserva, é um dos que tem dado trabalho ao governo. Autor do parecer substitutivo ao projeto da reforma administrativa do Executivo, Gueiros “bateu o pé” em algumas questões que considerou falhas e bateu na mesa, literalmente, quando secretários municipais quiseram acelerar a entrega do relatório. “Quando não estou convencido, voto contra. Meu comportamento é assim. Foi assim nos governos Jarbas Vasconcelos (PMDB), Roberto Magalhães (DEM), João Paulo e não é diferente com João da Costa”, garantiu.

Há quem aponte a vereadora Marília Arraes (PSB) como parte desse grupo, desde que declarou, em fevereiro, que seria “saudável” uma mudança no comando da Prefeitura do Recife. Recentemente ela foi contra a emenda ao projeto da reforma que prevê uma reserva de cargos para servidores celetistas da Empresa de Urbanização (URB), aceita pelo governo. O presidente da Casa, Jurandir Liberal (PT), não vê como um problema os posicionamentos destes e de outros vereadores. Mas mesmo sem declarar, tem sido testemunha do quanto algumas declarações dos independentes reforçam a pequenina e barulhenta oposição. “Evito fazer juízo de comportamentos porque respeito a pluralidade de ideias na Casa”, se esquivou

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